Estive coletando imagens que traduzissem uma parte que seja pelo menos da minha infinitude. Fiz questão de que todas elas viessem de um olhar precisamente meu, porque, é claro, eu não conseguiria nunca escolher uma só imagem.
1- Dias de inverno:
Parece outono, mas isso é de agora, desse inverno inesperadamente frio que estamos tendo. Frio como inverno deve ser, frio como nunca se viu antes no Rio de Janeiro. A paz de olhar para a rua e ver as árvores nesse estado belíssimo de transição, esperando a chegada das flores, a chuva batendo no vidro da janela e nos acordando a cada manhã. Todo mundo se vestindo muito mais dignamente, sem ânsias de querer mostrar o corpo o tempo todo achando que essa é a única forma de sedução que existe e que pode ser justificada pelo calor infernal. Aqui não. Meu tempo infinito é o frio de alma européia.2- Tatuagem:
É meio óbvio. Quando se faz uma tatuagem vem junto a noção de eternidade. Tudo bem que hoje em dia existe o laser, mas mesmo assim. Quando a gente se marca, é mais do que casamento. A gente realmente espera o para sempre. E tenta dizer com isso que nós somos assim. Nos lembrar de um momento, idéia ou coisa outra que pelo menos em algum momento de nossas vida, fomos aquilo.Essa tatuagem, a rosa dos ventos, a minha primeira, fiz na semana em que fiz 18 anos. Não quis nem esperar. A princípio tinha me decidido por uma mulher indiana, espécie de Deusa que ficaria no mesmo lugar. Então veio esse desenho. Quando o vi, ele era muito, muito pequeno. Não tinha talvez nem 1/6 do que é esse. Eu fiz o cara aumentar.
As pessoas ficavam me cobrando por quês e eu não sabia explicar porque, na verdade, nunca tinha pensado muito nisso. Só entendi depois que reli Alice e que vi uma imagem do desenho da Disney, dela, perdida no meio de um labirinto: é isso!!!
Eu sou perdida.Na grande maioria das vezes, eu não sei pra onde eu vou e o que faço. Eu não sei de mim. Fiz uma rosa nos ventos para me dar direções. Qualquer coisa, é achar um espelho, eu me acho. Essa tatuagem é meu modo infinito de me colocar no mundo.
3- Diário:

Desde os seis anos de idade. Ou seja, desde que eu aprendi a escrever. Antes mesmo de eu saber o que é literatura ou escolher meus autores favoritos e passar tardes e mais tardes enfurnada na biblioteca da Mabe, lendo, eu já tinha uma necessidade enorme de me pôr em palavras. O primeiro, fui eu quem fiz, com papel e desenhei a capa. E evolui, até esse, que veio do Canadá para guardar as minhas letras (obrigada, de novo, you). Tem todo um ritual, de passar a mão pelas páginas, de fazer carinho de colocar uma citação na primeira página e correr com a caneta sem pensar até a mão doer e até me esvaziar.
E por último 4- meus gatos:
Minha vida. Se eu acreditasse em outras vidas, diria que teria sido um gato numa delas. Viveria no Egito antigo adorando gatos sem nenhum problema. Amo-os mais do que a muitas pessoas.
6 comentários:
pois eh, o surto de felicidade! eu disse. (nah me disserasm desde sempre): eh contagiante!
eu quis seu email pq eu quero te escrever, mas ainda nao tive O tempo para fazer isso.
desejar boa noite qdo eh de tardinha vale a pena..aqui provavelmente ja era noite :) also, macht Sinn!
eu tbm tive meus diarios. guardei todos. mas nao comecei aos seis, mas aos onze. Parei assim que comecei la na UERJ. engracado... lendo vc pensei: deveria ter continuado.
beijomeliga!
Gpstei do post. Gute nacht :)
Oi, adorei o resultado. Belas fotografias, ótimas escolhas. A do Inverno Carioca é ótima. Eu que adoro árvores (especialmente subir nelas e comer a fruta no pé)... Amendoeira, acho q essa árvore q nada tem de brasileira, mas que aqui foi implantada e rapidamente se adaptou, é realmente um símbolo do inverno carioca. Suas folhas ficam envergonhadamente avermelhadas e ela se despe inteirinha. Apesar do fruto horrendo, são belíssimas. Acho q agora, olhando esta foto, suspeito que a resposta da Amendoeira ao nosso grande poeta Drummond, foi: "Ai que frio!!!"
Bjs!!!
muito foda esse post! :)
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