They only want you when you´re seventeen

Agora que eu voltei, eu preciso marcar dates (é, no plural mesmo) que ficaram pendentes nesse meio tempo entre a minha viagem e a semana antes dela, ou seja, há mais ou menos uns vinte dias, isso.
E aí eu lembro que não sei fazer isso e que a maioria dos pouquíssimos (dá pra contar nos dedos de uma mão) dates que eu tive, não tiveram esse carater que a gente vê nos filmes e seriados.
No meio do processo, começa a me dar saudade de quando eu tinha lá pros meus 17 anos; época em que, se eu ficava com alguém e o interesse era mútuo e a gente acabava se falando de alguma forma depois (pq eu não tinha o costume de pegar/dar telefone), quando combinássemos a próxima saída, estava implícito que o que estava sendo combinado era apenas o local e a data da próxima pegação. Era despretencioso.
A gente não precisava usar um pretexto de café/exposição/cinema/teatro pra ficar um tempão sentado olhando para a cara de uma pessoa da qual você não sabia nada, fazendo um questionário que te levaria ao julgamento de valor da mesma na qual você decide se esta pessoa é boa o suficiente para você ou não. Não há tempo pra isso. E a repetição da primeira noite em que tiveram, acaba ficando para segundo plano e muitas vezes nem acontece porque a gente fica tão concentrado em figure that person out e achar os pontos em comum (que pode ser que nem existam), que o tempo passa e a hora de ir embora chega.
Claro, existem as deixas. Mas para pessoas tímidas como eu, nem sempre elas funcionam. E tem mais, eu fico aterrorizada, assim, sinto um pânico mesmo de não ter nada a dizer porque, acreditem em mim, acontece.
Pelo menos aos dezessete, essa coisa das pegações, você ia, como quem não quer nada, não só conhecendo a pessoa mas se identificando devido ao tempo em que, invariavelmente passavam juntos e se a paixão não fosse instantânea, eu pelo menos podia esperar, porque ela vinha certeira e sem aviso. Quando eu percebia, já tinha ido.
Talvez o problema de agora seja que tem estágio, trabalho, faculdade, dissertação, monografia e o caralho a quatro e namoro tenha que ser um encaixe. Algumas vezes só nos restam as madrugadas e os finais de semana.
Mas tudo bem. Tempo, tenho sempre.