" Quem é você? ", disse a Lagarta.
Não era um começo de conversa muito estimulante. Alice respondeu um pouco tímida: "Eu... eu... no momento não sei, minha senhora... pelo menos sei quem eu era quando me levantei hoje de manhã, mas acho que devo ter mudado várias vezes desde então".
"O que você quer dizer?", disse a Lagarta ríspida."Explique-se!"
"Acho que infelizmente não posso me explicar, minha senhora", disse Alice "porque já não sou eu, entende?"
"Não entendo", disse a Lagarta.
"Receio não poder me expressar mais claramente", respondeu Alice muito polida, "pois para começo de conversa, não entendo a mim mesma. Ter muitos tamanhos num mesmo dia é confuso."
(...)
"Então você acha que mudou, não é?".
"Receio que sim, minha senhora"
Eu não canso de achar em casa livros que eu nem sabia que existiam, enquanto isso, o Kafka que ando procurando há meses continua desaparecido. Quando eu li A Metamorfose, eu tinha 13 ou 15 anos, não lembro bem, só sei que era número ímpar. E odiei. Homem conformista, caxeiro viajante, que vira barata. Além de ter se transformado numa nojeira de bicho, tinha o problema do conformismo do tal do Gregory(?)... aquela vidinha medíocre. Eu sempre me irritei com personagens assim, com pessoas assim, com esse tipinho. Resumindo, eu odiei o livro. Mas não só por isso. Quando eu o li, a idade era pouca, eu não tinha nenhum conhecimento de literatura, estava lendo por ler, pra fazer um testezinho no fim do mês. Não entendi nada do livro e nem fiz questão. Tirei 8 no teste.
Procuro esse livro desesperadamente. Já vi que vou ter q passar quatro anos da vida idolatrando Goethe e Kafka.Mal sei alguma palavra de alemão, a não ser cantar as músicas do Rammstein e Kraftwerk e dizer que, menina em alemão é palavra neutra, e que a unidade vem antes da dezena.
Meu melhor amigo vai se mudar pra São Paulo. Por quê? Porque segundo ele, lá é bom e aqui não é. Tirando o ferimento que me deixou a premissa de: eu estou no Rio e faço parte dele, portanto não sou boa. A perspectiva de uma vida sem o Gabriel é meio desesperadora demais. Não sei se agradeço ou se lamento o fato do vidro cortado não estar mais entre as minhas coisas. Aí ele me disse pra ir também, dizendo que lá, eu vou ter mais oportunidades de emprego, que eu ia sim ter onde morar, no máximo não teria o que comer.Encarando os fatos, o que me resta? Virar prostituta em São Paulo, é claro. Se bem que com essa minha carinha e corpo, vai ser quase pedofilia. Mas podia ser pior, vamos ser Pollyanas. A vida é linda e dinheiro não é problema.
" Well, you don't need the money when you look like that, do ya honey?"
Bom, carnaval é por aqui mesmo, sozinha numa casa cheia (leia-se com 4 pessoas) de adolescentes e pós adolescentes. Eu tinha uma idéia bem especifica de como eu queria passar o carnaval, mas como a maioria das minhas idéias brilhantes, não depende só de mim. E com Flávia e Gabriel aqui, melhor deixar pra outra ocasião.
Mayra, Clarice, Alice... é, eu não consigo me decidir...
2 comentários:
ah sim, ja ia me esquecendo...
o verde mais claro, entre aspas... Alice no País das Maravilhas, Lewis Carroll
é... quase nenhum dos nossos planos depende da gente.
*prenda seu amigo no seu quarto e o proíba de ir
*alice, clarice, quem poderia se decidir?
*eu não abandonei o seu blog, é que eu estava trabalhando e quase não tinha tempo. agora tenho uma semana de férias e é carnaval =/
odeio carnaval!!!!!
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