Sinto como se algo intrínseco a mim, absolutamente de dentro de mim estivesse sendo arrancado dolorosa e lentamente a unhadas. Algumas lágrimas andam presas dentro de mim, lutam, esgueiram-se pelos cantos de meus olhos, mas permanecem na minha prisão ocular, algo as impede de sair e uma agonia gritante toma conta de mim.
Não consigo manter um diálogo decente e sinto que algo que mal começou está escorrendo pelos meus dedos. E eu não sei o que fazer, até porque não tenho certeza de que há algo a ser feito, não tenho nem ao menos a certeza de que algo está acontecendo. Mas me sinto desconfortável em mim, pra mim e de mim.
Creio que há algo de belo que se manifeste numa melancolia ocasional de um rosto que olha sem ver através de um vidro sujo de janela de ônibus. Pensamentos fluídos vagam numa lerdeza cheia de velocidade e eu não consigo me concentrar, nem na paisagem cotidiana e nem nos meus pensamentos ( se é que existem).
Acho que não estou existindo, ou talvez esteja existindo demais, e isso esteja me doendo.
Preciso começar a aprender a desvincular uma coisa de outra.
Um comentário:
na minha teoria, tudo é uma circunferência... se vc existe demais, vc acaba superando a existência e, portanto, deixando de existir... amor e ódio andam lado a lado... a felicidade é dependente da tristeza... a vida não existiria sem a morte... enfim, vc não é burra, pelo contrário, não preciso ficar explicando...
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