Estava numa aula de literatura. A aula em questão, era horrível, "um saco" - dizia ela paradoxalmente, pois desde a primeira vez em que tomou contato com literatura, aquela havia sido desde sempre uma de suas matérias preferidas. A professora escrevia a aula inteira, os alunos passavam uma hora da aula copiando e a outra meia hora era preenchida com explicações sobre o que já estava no quadro.
Naquela aula, ela resolvera envolver-se mais com a aula, a professora de voz irritante e os colegas desconhecidos, falando de um conto que não exatamente mexia com ela, mas que ela sentia entender.
Enrolara-se em determinado momento para explicar como sabia aquilo com tamanha propriedade. Quem era ela pra falar tão bem do preconceito alheio com relação à loucura e da relação doente mental - hospital. Demorou a entender que aquilo não passaria despercebido, que na certa a descobririram.
Não que fosse louca, não, não era. Mas sempre esteve no in between, na froteira, precipitando-se para além.
Parou aí, não sem, um pouco antes do final da aula, completar: ela ficava deprimida frente à si mesma. O olhar que o marido pegava nela, era de intenso desespero.
2 comentários:
Essa fotinho alí do lado,
vi asas do desejo ontem.
Obra prima.
xuxuuuuuuuuuuuuuuuu!
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