Outra coisa que sempre me chama atenção, sempre que vêem ou me ouvem falar sobre o meu projeto de livro ou o meu diário, me perguntarem:
Eu estou no seu diário?
ou
Eu sou um personagem no seu livro?
Como explicar que, no meu diário, eu estou. E o nome com o sublinhado embaixo, é o meu? O lugar de destaque, é o meu. O personagem que divide a cena comigo, é mais ou menos como o que divide a cama comigo e o meu golfinho, ele cambia.
E no livro, que eu ainda não comecei a escrever, personagem? A pessoa que me pergunta isso já é um personagem. Como dizer: Não. Eu que sou um personagem na tua vida.
Um comentário:
Todo mundo acaba sendo personagem um na vida do outro, né? Sinto um pouco isso, e em diferentes intensidades. Tem quem seja eternamente coadjuvante para gente, ou mesmo a gente será um eterno coadjuvante na vida alheia... ou até, um figurante ligeiro. Tem outros que vêm disputar o papel principal no que de nós temos a narrar. Mas isso é particular, quando se está em um diário muito mais. E ainda no caso de um diário, o bom é que o narrador-eu tem toda a liberdade de tomar para si a cena, e ser completo, ser o foco, sem se preocupar com terceiros.
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