segunda-feira, junho 09, 2008

Transbordante

Estranho andar pelas ruas de Botafogo no domingo quando domingos para mim, não tem cor, nem som. Não existe vida fora das quatro paredes que forma um retângulo que é o meu quarto. Então de repente sol e luz e uma vida toda que não parece e eu não sinto mais como a minha porque já não é mesmo.
Agora, tudo se resumem a espaços que assumem formas de quadrados. Menos eu. Acho que li em algum lugar, alguma vez que amar é redondo.
E eu nem sei como e porque mas basta, já. Então essa vida em dupla, ela me consume porque me dá mais do que eu achava que todo o resto me daria. Tudo no qual pûs minha maior dedicação nos últimos dois anos é tudo quanto tenho vontade de abandonar, de vez em quando, porque não me preenche mais.
E daí eu faço malabarismos, fico, durante a semana jogando tudo de uma mão a outra na esperança de pegar alguma coisa e de fazer alguma coisa certa para me ter e ter a ela e a minha vida no final. O sol brilha demais e não é como se estivessemos acostumadas ao escuro porque existem frestas onde entra algo mais que a luz. As vezes têm-se a sensação de que pouco a pouco tudo entra e tenho medo desse tudo.
Eu tenho medo de muita coisa, nisso tudo, eu sou inteira temores e insegurança e de uma criancisse tal que parece até que é primeira vez.
Eu estou cheia. A verdade é que estou até transbordante.

Um comentário:

Bruna Maria disse...

De alguma forma, é a primeira vez. A primeira vez com essa pessoa, nesse momento. Mas entendi o que você disse. E achei lindo. Para alguém que está de fora, é sempre tão bonito ler algo assim. Torna-se possível acreditar que existe transbordar, e dessa forma tão delicada.
Aproveite, mesmo os temores. :)

Beijos!