terça-feira, fevereiro 19, 2008

Na janela

Contrariando a síndica do meu prédio, que dá ataques estriônicos quando alguém me vê sentada na janela da sala, eu mais uma vez aproveitando a ausência da casa quase que inteira, resolvi ir prum dos meus lugares preferidos, enquanto ria ao telefone e perguntava algo sobre uma saída qualquer.
Do lado de lá veio uma resposta que eu não estava esperando, seguido de um comentário engraçadinho totalmente previsível e da constatação:
- Eu não sei, isso é novo. Não sei muito bem como funciona.
Ao que tive que completar: - E você acha que eu sei? - enquanto pensava, num complemento interno: porque você acha que eu vim me sentar na janela?

A vida parece que segue mais longe. Sorte minha que moro no segundo andar e não dá tanto medo olhar pra baixo.

Um comentário:

Bruna Maria disse...

Não sei porquê, mas achei esse texto muito visual. Uma cena de filme, na verdade.
Estar á janela parece bom. Eo moro em casa, e é difícil eu chegar em uma janela, não tem muito o que ver no próprio quintal. Mas na casa da minha avó, por ex, que é apto, é bom ficar olhando. É um enquadramento do mundo, este que é gigante. Dá uma sensação boa, uma pequena liberdade.
Mas sentar á janela acho muito perigoso. Não sou doida, mas não dá uma vontade de desfalecer, ou sei lá, se jogar?

Mas bem, espero que a novidade que você e seu interlocutor não sabem como funciona esteja gerando efeitos maravilhosos em suas vidas. Mesmo sem saber o mecanismo, sentir o bem-estar de boas novidades já vale bastante também, não é?