Andava com um jeito de quem flutuava pela casa cujo banheiro estava, mais uma vez, em obras. Com um copo de suco de soja e mais nada, peloa certeza de que, o estômago se fecharia a qualquer investida mais sólida, andava, flanava, deixando atrás de si, pegadas de sujeira branca da obra.
A casa inteira, um caos. Bolo espalhado pelo chão da sala, restos de qualquer tentativa de café por parte dela, ainda na mesa. Continuara, arrastando os pés lamentando-se mentalmente pela falta do que fazer. Ou pelas idéias únicas que cruzavam sua cabeça. Naturalmente, não poderiam ser.
Jogara-se de uma vez na cama da mãe, olhando pela janela maior a chuva que agora caia, ainda com o copo na mão. O copo em uma, na outra, o objeto azul - escuro retangular, que girava, puxava, jogava longe para trazer a si novamente.
A luta era com ele e com o vício de digitar palavras seja onde quer que fosse. Dali poderiam sair o que estivera na ponta da língua e terminava com um suspiro de desistência.
Por que? De alguma forma convencera - se de que, aquilo tudo não era normal; que, após uma certa idade, a gente tem mais é que passar por coisas cada vez mais racionais e com consciência, quando qualquer coisa foge a isso, parece volta a uma intesidade que é discordante com a maneira com que ela vivia a vida.
Não traz mais só felicidade. Aquilo, traz uma série de fobias colecionadas ao longo dos anos de relacionamentos não significativos para alguma das partes, de noites descontroladas em boates e jogos. E faz com que qualquer declaração mínima morra pelo medo.
Ela deitava e pensava em visitar o balanço em frente a Praia Vermelha para ter uma pensar; ou pelo menos, acalmar-se.
Ao invés do nada, era tudo o que queria empurrar e já imaginava. Tudo, preso na fala de pensamento.
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