segunda-feira, outubro 01, 2007

You´re the queen of the superficial



Os meus pés andam cheios da sujeira incrustrada no chão da casa inteira. Obras...

O fato de não gostar delas é menos pelo incômodo, pelo barulho, pela sujeira... Não.

Como sempre, me enveredo por caminhos mais fáceis e superficiais enquanto gradualmente me afasto do meio do labirinto mas ao mesmo tempo, vou chegando cada vez menos ao seu fim.

Eu não gosto de obras simplesmente porque seu resultado final me parece, sempre, deveras horrendo. Nunca gosto, sempre prefiro do jeito que estava antes. Tudo me parece brega demais nessa minha pós adolescência que só quer coisas novas, agora, quer, coisas.

Não estou mais conseguindo, pelo menos por agora, pelo menos por enquanto, escrever em papel. Talvez seja a facilidade da maciez das teclas. Talvez seja esse meu momento de verborragia intesa do qual, tenho certeza, hei de me arrepender em algum momento. Não sei. O diário está ali, jogado na cama, com metade do dia de sábado escrito e eu ainda nem entrei na noite que é o que, teoricamente, eu teria que (me) explicar. Talvez seja isso, talvez eu não queira, mesmo. O que me incomoda é esse bando de gente cheia de olhares pedindo explicações minhas as quais, não sei dar. Aqueles olhares de choque quandonada realmente grave aconteceu. E sou eu quem sou o mais novo objeto de obsessão alheia, então porque sou eu quem tem que dizer alguma coisa?

O que eu ando fazendo, eu também não sei. Nem agora eu poderia fazer o balanço destes dias em que algo acontecia a cada dia, a cada cinco minutos, mesmo nas horas em que eu estava aqui, sentada confortavelmente nesta cadeira com os dedos grudados neste teclado. Vida estranha, movimento. Não sou capaz ainda de fazer o balanço, não enquanto ainda sentir os efeitos, ou enquanto me olhar no espelho e continuar vendo minha boca inchada desse jeito. O que, parece, me faz pensar: mas que merda de "castigo" é esse? Já que o que aconteceu, além do que fez ela ficar assim, foram apenas mãos dadas e alguns gritos, que acho eu, não deveriam ser gritos, no ouvido. Aliás, faz pouco tempo que o zumbido deixou-me os ouvidos.

Inicialmente, eu queria outras coisas. Para variar, não sei mais o que eu quero. A verdade é que eu tenho demais, agora. Daqui a pouco não terei. Mas não sou eu quem vai se mexer para mudar alguma coisa. Eu não estou participando da corrida, eu só estou na ponta, na linha de chegada. Corre o risco de ninguém nunca chegar. A minha pista tem muitos obstáculos, é muito cheia de curvas, de outros caminhos, de atalhos que não dão em lugar nenhum. Você se distrai e pronto, já saiu dela.

Sigo querendo dormir e ler, e só. Ou quase só isso. Tenho outras vontades também mas estas outras vêm e vão e eu só dou ouvidos a elas conforme as julgo (ou não) convenientes. O fato é que nada me parece conveniente, para variar. Eu aceito mais do que qualquer outra coisa. E nem ao menos aceito querendo.

Está tudo doendo. Eu e essas minhas psicossomatias (?) escrotas. Não consigo falar nem comer direito. E pensar que eu me calaria por isso...

Me fizeram uma referência à uma princesa, uma princesa específica e com a qual eu nunca, nunca me identifiquei. A mais longe de todas, de mim. O pior foi que, o enunciador, não é alguém que me veja nem um pouco como tal. Aliás, muito pelo contrário. Eu sou da espécie das piores. Talvez ele seja o príncipe, por isso não atinjo. Eu devo parecer ser daquelas classes que tentam disfraçar mas que é absolutamente vulgar e cujo encanto seja exatamente este. E em meio a tempestades, a realeza continue vindo como insetos em direção à luz, ao que eu, dou de ombros. Sim, porque eu tenho essa mania de me querer de igual. Então eu dei todas as cartas, mas se quiser, venha.

Direito, por favor.

(p.s. desculpe por essa tranferência papel-internet, prometo não deixar acontecer muitas vezes)