Entrar, entrar no personagem tanto e tão completamente ao ponto de esquecer quaisquer distinções, inclusive esquecer que as haja conforme as coisas se desenrolam.
Funciona mais ou menos dessa maneira: alguém, a outra pessoa dá um tiro totalmente no escuro, uma vez que não costuma conversar-se certas coisas antes de certas coisas.
Joga.
No segundo momento, cabe a você aceitar ou não. A primeira encruzilhada. Cada uma das escolhas envolve uma série de acontecimentos, pensamentos e entendimentos posteriores que variam em grau de maior ou menor de intensidade e incluem traços deveras obscuros, adormecidos ou muito bem escondidos de personalidade, traumas, lembranças agradáveis ou não, expectativas e manuais de comportamento, entre outras coisas. Entretanto ainda há muito de coisas implíctas e tacitamente concordadas, na maioria das vezes.
Recomenda-se prudência. Segurar um pouco o jogo, dizem os manuais e jogadores mais experientes. Aqueles que dão a largada disparando, dificilmente chegam ao final da corrida em primeiro lugar.
Você pode, a principio gostar de maneira branda. Todos os jogadores recentes ainda não sabem muito bem o que tem em mão, como, quando e onde usar. Com que força, intensidade e em que ocasião. É fato, alguns disparos sairam pela culatra sem que se reste sombra de dignidade para voltar atrás.
Tendo certos limites e um know how de dosagem, chega-se a um nível tão avançado que não se sabe mais onde que estava aquele que começou, começa-se a inclusive duvidar que um dia existiu. Passa a aceitar as coisas que antes pareciam-lhe estranhas, impensáveis.
Chega a pensar que começa a gostar, de fato.
É possível que nunca se chegue a uma conclusão a medida que mais e mais questões vão sendo formuladas e a falta de respostas se acumula num emaranhado de pontos interrogativos que te cercam por todos os lados.
O colapso, é inevitável.
Um comentário:
completamente inevitável.
e, assim, se fecha mais uma tragédia grega.
com a morte.
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