
"- ô Deus! - até nos enterros as pessoas tão contidas, tão exemplares. Se controlando para não chorar alto porque se o choro fica forte, já vem alguém com a pílula, a injeção, o analista: fechar as portas, as janelas, os buracos."
A disciplina do amor - Lygia Fagundes Telles
Então você acha uma fresta na janela, consegue vislumbrar um buraco, descobre que a porta foi fechada, mas que não está trancada. Uma luz no fim do túnel, ao que parece.
Um lugar pra xingar, gritar, espernear e chorar tão alto quanto se queira. Falar tão alto quanto se queira, sobre qualquer coisa. Sobre tudo, e sobre nada. Anything you want. E ninguém dá a mínima pra isso.
De certa forma é frustrante gritar todo mundo e não ser ouvido. Acharem que é mais uma fasezinha de adolescente. Que isso aqui é um diárinho qualquer, porque eu não tenho mais tanta paciência com o de papel.
Algum dia isso desilude.
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