You move into my airspace

Eu podia dizer o que sinto
Podia dizer o que acho
Eu acho um monte de coisas

Meu cadarço desamarrou
Eu não sei onde parei
O que eu estava falando?

Eu preciso dizer umas coisas bonitas.
Você precisa escutar coisas bonitas.
Fabricio

Esse, é o segundo final de semana consecutivo que eu passo praticamente os três dias: sexta, sábado e domigo quase inteiramente dentro de meu quarto; claro, com as devidas diferenças. As sensações que ele me traz oscilam, talvez, de acordo com o dia da semana. Dias de semana, talvez por todas as tarefas e coisas a fazer e indisponibilidade de falar com quem eu quero, na hora que eu quero, ou até... de se conversar o dia todo, de abrigar pessoas demais, mais gente do que eu, meu quarto me pareça um lugar deveras claustrofóbico, que quer me engolir, que não me aguenta, que não comporta os meus gritos, angústias e choro. As paredes, parece, querem se fechar e comigo dentro delas. E não tenho força para empurrá-las.
Mas aos fins de semana, tudo finda e a casa mergulha no silêncio, no silêncio profundo, sem crianças, sem gritos de mãe, sem desespero de hora. E tudo aqui é meu e se comporta como eu. Calmo, tranquilo, sereno e silencioso, como os passos que meus pés dã graciosamente silenciosos e amortecidos pelas minhas meias.
Nos meus fins de semana, não importa o quanto esteja sol, ou tempo bom, no meu quarto, o clima é sempre preguiçoso como um dia de chuva e escuro como um dia nublado. Tudo aqui é indolente...indolente como meus gatos, deitados em minha cama, enquanto eu escrevo.
O meu quarto, tem a minha cama, o meu golfinho, meus livros, cadernos e canetas, as minhas músicas e o meu computador e, eventualmente, alguma visita inesperada (ou não).
Why leave? Meu quarto é o reino cinza que me abriga e me acalma, em madrugadas especialmente entediantes.
e a ele, eu queria dizer palavras bonitas e queria pôr nele, enfeites bonitos... coisas e pessoas para transformá-lo no paraíso mágico.