Nem eu mesma sabia o motivo daquela bizarra, assim poderia descrever, situação em que me encontrava numa sexta- feira há dois meses atras. Até que o vi, e sim, foi planejado eu manter-me em seu campo de visão, mas eu não sabia porque estava me comportando daquela maneira. Nunca pude pôr a culpa na bebida, eu já não estava bêbada, restava apenas a euforia excitante que o alcool havia deixando em meu sangue.
Tomei o cuidado de ser receptiva, de sorrir e não falar muito e tudo correu como o esperado. As paredes escuras giravam, de vez em quando parecia que toda a multidão desaparecia e dava lugar a um vazio.
Eu sabia que haveria de enfrentar alguma consequência, e esse pensamento foi afastado como uma nuvem numa ventania. Simplesmente cedi a uma entrega insana, onde não podia, com quem não podia. Tinha lapsos de racionalidade que logo davam lugar a alucinações quaisquer provocadas por sensações. E os olhares, as palavras, as músicas. Era estranho, parecia que em meio a tantas "fantasias" que ele me confessava, ele já tivesse adivinhado exatamente como devia me tratar, o que e como deveria fzer. Era como se tivesse o meu manual, aquele que eu achava que não existia.
E cada vez mais eu ia me deixando levar, tenho a impressão de que se eu também começasse a falar, falaria desvarios ainda maiores, surpreenderia inclusive a mim mesma. Limitava-me então a concordar e a dar algumas respostas solicitadas. Estava perdida, concentrada, em alfa, em outro estado, em outro lugar, mas ainda assim com a mesma pessoa. Me escandalizava como tudo fora fácil, rápido, não doloroso, anti-racional. Existia algum motivo secreto pra aquilo tudo estar acontecendo. Até hoje não sei que motivo foi esse, e nem se o inventei, especialmente depois dessa ocasião, só sei, que inventado ou não, o motivo continua em mim.
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