tag:blogger.com,1999:blog-79043362024-03-07T06:39:44.831-03:00This mess we´re inMayrahttp://www.blogger.com/profile/13158875537575598593noreply@blogger.comBlogger745125tag:blogger.com,1999:blog-7904336.post-69347050046102875502011-06-25T00:12:00.002-03:002011-06-25T01:51:25.625-03:00O quarto de empregada<a href="http://1.bp.blogspot.com/-UXpSKoG1KtM/TgVUY2XaqjI/AAAAAAAAAmM/ydKa1wGqj-c/s1600/349468_1290536601685.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="http://1.bp.blogspot.com/-UXpSKoG1KtM/TgVUY2XaqjI/AAAAAAAAAmM/ydKa1wGqj-c/s320/349468_1290536601685.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5621992495729257010" /></a>Tudo às claras, o banheiro ao lado do quatroporquatro, a máquina batendo a roupa com um ronco baixo que a embala, a empregada vendo a novela no celular. Alô... enquanto para tapar o sol das frestas, é preciso tapar os olhos mas como tapar os ouvidos para os sons que ressoam pela casa inteira? Um sino tocando, uma chamada de uma voz aguda, um comentário sobre política com uma voz agudíssima. Enquanto o telefone toca, o cheiro de carne assada invade o quarto, abre as portas e...<div style="text-align: center;"><i> adormeço.</i></div><div>Escuto a descarga do banheiro logo ao lado, a água pingando no sanitário e todos os nossos resíduos misturando-se em vapores. Batem a porta e pergunto se podem entrar. Entre a vigilância e a dormência finjo sono profundo. Abrem a porta, portas de armários, porta da geladeira. Mais luz, mais sons, os passos firmes, pisando inteiros no chão.</div><div style="text-align: center;"><i>eu continuo deitada.</i></div><div>A cozinha respira, a casa vive</div><div style="text-align: center;"><i>e eu continuo deitada.</i></div>Mayrahttp://www.blogger.com/profile/13158875537575598593noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7904336.post-68674591151909113662011-06-12T00:18:00.003-03:002011-06-12T01:18:12.294-03:00Nostalgia de papel<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/-kQmSBDGWkJo/TfQ22haJD1I/AAAAAAAAAlg/WP-uehJlLEo/s1600/cartas111.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="http://2.bp.blogspot.com/-kQmSBDGWkJo/TfQ22haJD1I/AAAAAAAAAlg/WP-uehJlLEo/s320/cartas111.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5617174945546702674" border="0" /></a>Me dei conta - hoje - e não sei porque hoje de que adoro cartas e sinto falta delas. Sei que as últimas que escrevi foram escritas este ano. Sei quem são suas destinatárias, sei também que provavelmente noventa por cento delas não será enviada. Sempre quis saber se é possível enviar cartas sem rementente ou se isso só acontece nos romances. Mas, o que fazer? Ir nos correios e perguntar:<br />- Moço, posso mandar uma carta sem rementente? Sabe o que é, é uma surpresa. Nada demais. Uns dois livros e uma carta. Não tem nenhuma bomba.<br />Então pensei que não devo mencionar a palavra 'bomba' em locais fazem transporte de cartas e outras coisas. Provavelmente abririam a minha correspondência por considerá-la sob suspeita. E achariam livros e uma carta humilhante e patética.<br />Só sei escrever cartas assim: humilhantes e patéticas.<br />Em algum momento da minha vida, escrevi cartas de amor lindíssimas. Hoje, com sorte, escrevo e-mails de amor lindíssimos. Mas isso não prende ninguém ao meu lado e não há e-mails para escrever. Eu também costumava escrever agradecendo a presença de certas pessoas na minha vida. Mas, relendo alguma dessas cartas, percebo como são piegas, de mau gosto, sem o menor traço de refinamento. São quase cartas de um romantismo brasileiro pra lá de tardio que não tem sequer um refinamento pitoresco de um Alencar. Lamentável. A verdade por trá destas cartas era: obrigada por continuar aqui.<br />Curiosamente - ou não - duas das pessoas que costumavam ser destinatários frequentes destas cartas nunca enviadas, ainda são meus amigos. Ainda me consideram muito, ainda não se assustaram.<br />Outras dessas cartas de amizade têm como destinatário pessoas com as quais não falo mais. Talvez eu devesse queimar estas cartas mas elas são o testemunho da minha burrice. Burrice maior seria me livrar delas e esquecer. Há desilusões que não se pode esquecer e sim, internalizar e ter o cuidado extremo de não repeti-las nunca, nunca mais.<br />Sinto falta das cartas que não me chegam, dos e-mails que não me escrevem. Fico olhando estes papéis de fichário cheio de desenhos infantis, papéis de carta e muitos envelopes coloridos. Sinto nostalgia das cartas nunca escritas.<br />Quando, por um acaso escrevo uma carta, ainda uso - na maior parte das vezes, um envelope colorido. Quero deixar marcado que é minha, quero deixar rastros de cores nas gavetas, pastas, caixas alheias.<br />Outra coisa que me dei conta, é de que havia adquirido o costume de escrever para os outros em papel de seda, com a minha letra cursiva. Fernandinha havia me dito que a minha letra cursiva - bonita e incompreensível - serve apenas para afastar as pessoas. É assim mesmo comigo: bonito de longe. Incompreensível de perto e as pessoas desistem. Muito esforço para algo que, nem é tão importante assim.<br />Sinto falta das letras que não saem mais das minhas mãos e nem da minha máquina de escrever, aposentada temporariamente, acumulando poeiras, a fita sem tinta, minhas digitais impressas nas teclas.<br />Eu sinto falta desta proximidade distante das cartas e do afeto, mesmo do afeto velado e negado em cartas de ódio, que são cartas de pessoas que são afetadas, se importam de alguma maneira. Eu sei que parece não fazer o menor sentindo mas, no fundo, no fundo, até que faz.<br />Para fechar a nostalgia epistolar, uma das ridículas cartas de Fernando Pessoa. E eram todas muito ridículas mas, se não fossem, não seriam cartas de amor.<br /><br /><blockquote style="font-style: italic;">" Bom dia, Bébé: gosta de mim exactamente? Não venho do Abel, mas devia ter vindo; e, em todo o caso o Bébé tambem tem influencias no estylo do Abel. Tem influencias a distancia, mas ao collo (situação muito natural nos bébés) ainda tem mais. E o Abel tem aguardente doce, mas a bocca do Bébé é doce e talvez um pouco ardente, mas assim está bem. Gosta de mim? Porquê? Sim?<br />Estou doido e não posso escrever uma carta: sei apenas escrever asneiras. Se me pudesse dar um beijo, dava? Então porque não dá? Má. A verdade é que o dia de hoje se embrulhou de tal maneira, que mal tenho tempo de lhe escrever mal este pouco de tempo. Vespa.<br />Tenho que ir a fugir para a casa para jantar cerca das 8 e ir depois a casa d´aquelle meu amigo onde costumo jantar aos sabbados. Hoje, é ir lá um pouco á noite, depois do jantar. Fera.<br />E acabei, e prompto. Dá-me a boquinha para comer?<br />Fernando<br />(2/10/1929)"</blockquote>Mayrahttp://www.blogger.com/profile/13158875537575598593noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7904336.post-32749193162085897082011-06-07T23:02:00.000-03:002011-06-07T23:05:50.642-03:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/-Q8MGQGU_8o4/Te7Y1s2QAKI/AAAAAAAAAlY/Q3tKb79Qoyk/s1600/frusta%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 320px;" src="http://3.bp.blogspot.com/-Q8MGQGU_8o4/Te7Y1s2QAKI/AAAAAAAAAlY/Q3tKb79Qoyk/s320/frusta%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5615664202460954786" border="0" /></a>Há um corpo (meu) que apodrece.<br />Há uma alma (minha) que perdeu-se.Mayrahttp://www.blogger.com/profile/13158875537575598593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7904336.post-64924422125097353372011-06-06T00:23:00.002-03:002011-06-06T00:29:32.666-03:00Ela era e éVez por outra se esquecia que, tinha revalorado a noção de beleza terrena a partir de uma pessoa, a partir dela. Relembrar era fácil, só olhando uma foto poderia ser levada outra vez a todas aquelas sentimentos esperimentados: felicidade, timidez, estupefação, angústia, ciúmes, dor, dor e mais dor. A beleza perfeita é sempre aquela que machuca mais porque provoca na gente o mais profundo sentimento de imperfeição, de estranheza consigo mesmo, de nunca ser o bastante, talvez só o suficiente.<br />Ela era linda. Ela é linda. Linda. LIN-DA! Seu nome faz a língua dar cambalhotas pela boca. O sorriso aberto, sempre fazia-me sorrir honestamente, sempre. Linked pelo cheiro. Ela era linda. Ela é linda mas hoje, eu prefiro esquecer.Mayrahttp://www.blogger.com/profile/13158875537575598593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7904336.post-16293959017105195112011-05-31T01:25:00.000-03:002011-05-31T01:49:16.376-03:00<b>dor</b> (ô) <br /> (latim <i>dolor, -oris</i>) <br /><div style="padding-left:10px;" class="" title="substantivo feminino"><i>s. f.</i></div><div style="padding-left:12px;"><span style="font-size:9px; color:#999;">1. </span><span title="Duplo clique para ver definição" style="cursor:pointer; cursor:hand;">Sensação mais ou menos aguda mas que incomoda.</span> = <span style="font-variant:small-caps;"><span title="Duplo clique para ver definição" style="cursor:pointer; cursor:hand;">mal, padecimento, sofrimento</span></span> ≠ <span style="font-variant:small-caps;"><span title="Duplo clique para ver definição" style="cursor:pointer; cursor:hand;">bem-estar, prazer</span></span></div><div style="padding-left:12px;"><span style="font-size:9px; color:#999;">2. </span><span title="Duplo clique para ver definição" style="cursor:pointer; cursor:hand;">Sensação emocional ou psicológica que causa sofrimento.</span> = <span style="font-variant:small-caps;"><span title="Duplo clique para ver definição" style="cursor:pointer; cursor:hand;">desgosto, mágoa, pesar</span></span></div>Mayrahttp://www.blogger.com/profile/13158875537575598593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7904336.post-79438013882743873492011-05-30T14:16:00.003-03:002011-05-30T14:50:23.627-03:00Dos blogsO grande barato deste blog - e o motivo de eu voltar a me interessar por ele, é que ele parou no tempo. Podem ver, esta barra lateral está cheia das minhas referencias e interesses em 2009. Não faz nem tanto tempo assim, só dois anos. Em 2009, eu ainda tinha - estava desativando mas ainda tinha - fotolog. Eu estava lendo a Crítica da Razão Pura. E ainda tinha certo tempo pra ler o Lewis Carrol, assim, só porque queria.<br />Não consegui me adaptar ao ritmo lento de O caminho de Swann e , um ano depois, eu começava e terminava de ler À sombra das raparigas em flor, este sim, lido de um fôlego estimulada por uma presença que eu esperava desvelar, aplicar-me carinhosamente em relação a alguém que nem mesmo fala comigo (e não destituída de razão). Woolf, Kant e Bachelard lido.<br />É quase como uma oportunidade de ver um antigo eu que não era um eu particularmente dito. Sinto como se fosse uma oportunidade de ler e selecionar, separar o joio do trigo e reescrever ou simplesmente descartar mesmo algumas coisas.<br />Ando saudosista das minhas expressões. Meu primeiro blog era um weblog do Terra, datado - começado em 2003. Creio que ele se perdeu nas redes online invisíveis. O blog do Terra não é mais o weblog e eu tenho alguns anos de escritos perdidos. É uma pena. Não guardei os registros e minhas infantilidades de adolescente todas lá.<br />Uma pena.<br />O que se perde, talvez seja necessário ser perdido. Talvez valha apenas aquilo que se consegue salvar.Mayrahttp://www.blogger.com/profile/13158875537575598593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7904336.post-71750493761124989032011-05-27T01:16:00.005-03:002011-05-27T01:56:46.026-03:00O livro e eu.<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/-0_53IMuYgpc/Td8m-HFAqsI/AAAAAAAAAks/9eei8DDw5Ps/s1600/boysnightout%2B022.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="http://2.bp.blogspot.com/-0_53IMuYgpc/Td8m-HFAqsI/AAAAAAAAAks/9eei8DDw5Ps/s320/boysnightout%2B022.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5611246509220735682" border="0" /></a>Mayra vai publicar um livro. EU vou publicar um livro.<br />Já de começo, esbarro em algumas (im)possibilidades. Alguma pessoa, um revisor - carteira assinada de revisor que revise pra mim e assine a revisão (conheço algumas revisoras. só conheço, conhecidas. Ninguém que eu tenha a cara dura de pedir que revise assim, pra ontem, porque eu quero pra ontem).<br />A pequena biografia - Seja breve, Mayra. 150 caracteres. Esperaí, 150 caracteres é quase um tweet. Oi? Minha "biografia" - muitas aspas - num tweet? Não cabe não, Seu Editor!<br />Minha terapeuta me perguntou como me sinto com relação a isto e respondi: normal. Bem normal mesmo, porque, ainda não aconteceu. E, como disse a ela, tem o fator choque de realidade. Estou aqui, descabelada, uma e meia da manhã, desempregada, encafifando em como vou pagar minhas contas mês que vem sem pedir dinheiro emprestado, vim pra casa num ônibus cheio, com risadas de mulheres irritantes e andei uns cinco quarteirões até chegar à minha casinha.<br />Ou seja... zero <span style="font-style: italic;">glamour</span> pra mim.<br />Querem minha biografia? Sou essa foto aí. Bebendo num pé - sujo na Zona Norte. Aliás, comecei a devanear (sempre, não é?) sobre isto. E SE os escritores realmente dissessem a "verdade" em suas biografias - tweets?<br />Olha... sobre mim, ia ser algo mais ou menos assim:<br /><br /><span style="font-weight: bold;">* Mayra Lopes do Couto: não tem onde cair morta mais ninguém diz.</span><br /><span style="font-weight: bold;">* Mayra Lopes do Couto: aposta intelectual da sua geração da família, morre de medo do fracasso.</span><br /><span style="font-weight: bold;">* Mayra Lopes do Couto: fudendo seus relacionamentos desde 1985.</span><br /><span style="font-weight: bold;">*Mayra Lopes do Couto: escrevia seu Lopes com "z" na adolescência para soar mais espanhola.</span><br /><span style="font-weight: bold;">*Mayra Lopes do Couto: mantém um relacionamento platônico com todos os homens de sua vida que não são seus parentes, porque, se não for um pouco apaixonada por eles, não se relaciona bem com homens.</span><br /><span style="font-weight: bold;">*Mayra Lopes do Couto: como não é gostosa, resolveu ser a inteligente. Inteligência é relativo, pode ser meio lesada muitas vezes.</span><br /><span style="font-weight: bold;">*Mayra Lopes do Couto: Menininha por fora, </span><span style="font-style: italic; font-weight: bold;">cauboy</span><span style="font-weight: bold;"> por dentro.</span><br /><span style="font-weight: bold;">* Mayra Lopes do Couto: vodka </span><span style="font-style: italic; font-weight: bold;">on the rocks</span><span style="font-weight: bold;"> e cerveja barata.</span><br /><span style="font-weight: bold;">*Mayra Lopes do Couto: lésbica anti- feminista. Não tem alergia e nem aversão a homens. Não descarta a possibilidade de um possível casamento hétero e filhos. Ok, sem filhos.</span><br /><span style="font-weight: bold;">*Mayra Lopes do Couto: daqui a cinquenta anos será a velha dos gatos.</span><br /><br />Tá bom?Mayrahttp://www.blogger.com/profile/13158875537575598593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7904336.post-14430143217027047072011-05-23T22:53:00.003-03:002011-05-23T23:04:50.697-03:00Nada mais triste do que eu<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/-OsvssEblVbE/TdsQvU_VpRI/AAAAAAAAAkk/h7LYh4t0OGA/s1600/484px-Johann_Heinrich_F%25C3%25BCssli_008.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 258px; height: 320px;" src="http://4.bp.blogspot.com/-OsvssEblVbE/TdsQvU_VpRI/AAAAAAAAAkk/h7LYh4t0OGA/s320/484px-Johann_Heinrich_F%25C3%25BCssli_008.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5610096166094349586" border="0" /></a>A camada não é mais superficial. Muitas camadas, uma a uma vão se juntando, se encrostando uma outra. Viram coisa una apesar de começarem separadas. Saem juntas com um empurrão mais decisivo de uma unha. Ainda não era a hora, mas, já fora uma as outras - conservando uma quase perfeição, perto dela ficariam ainda mais imperfeitas. Por quê?<br />Tirar também. Por quê?<br />Só tirar também, sem perguntar.<br />Não quero ouvir nada mais triste do que eu.Mayrahttp://www.blogger.com/profile/13158875537575598593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7904336.post-77736732447837264702009-02-23T01:21:00.002-03:002009-02-23T01:23:16.997-03:00Avisando...estou fazendo esse blog migrar (ele e todos os posts dele) pro <a href="http://derhimmeluber.wordpress.com/">www.derhimmeluber.wordpress.com</a><br />Ainda estou tateando nas configurações, com alguma ajuda, ele acompanhará o momento transitório.Mayrahttp://www.blogger.com/profile/13158875537575598593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7904336.post-88069481147762359102009-02-22T20:50:00.004-03:002009-02-22T22:13:35.604-03:00Ofélia<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/_SYyIjTR50aU/SaH2vu-fVeI/AAAAAAAAAcw/uBBTF9VAydM/s1600-h/129_1249-Of%C3%A9lia.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 200px; height: 144px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_SYyIjTR50aU/SaH2vu-fVeI/AAAAAAAAAcw/uBBTF9VAydM/s200/129_1249-Of%C3%A9lia.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5305793135943570914" border="0" /></a><br /><br /><br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">"Efetivamente, o apelo dos elementos materiais é tão forte que pode servir-nos para determinar tipos de suicidas bem distintos. Parece que então a matéria ajuda a determinar o destino humano. Marie Bonaparte mostrou muito bem a dupla fatalidade do trágico ou, melhor dizendo, os vínculos estreitos que unem o trágico e o trágico literário: "Realmente o gênero da morte escolhido pelos homens, quer seja na realidade para eles mesmos pelo suicida, ou na ficção para seu herói, nunca é ditado pelo acaso, mas em cada caso, é determinado de modo estritamente psíquico." (op. cit., p. 584) . Surge aqui um paradoxo sobre o qual gostaríamos de nos explicar.</span><br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">Sob certos aspectos, pode-se dizer que a determinação psicológica é </span><span style="font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);">mais forte</span><span style="color: rgb(255, 255, 255);"> na ficção do que na realidade, pois na realidade podem faltar os </span><span style="font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);">meios</span><span style="color: rgb(255, 255, 255);"> da fantasia. Na ficção, fim e meios estão à disposição do romancista. Eis porque os crimes e os suicídios são mais numerosos nos romances que na vida. O drama e sobretudo a execução do drama, o que se poderia chamar de discursividade literária do drama, marca, pois, profundamente o romancista. Quer queira quer não, o romancista revela o fundo de seu ser, ainda que se cubra literalmente de personagens. Em vão ele se servirá "de uma realidade" como de uma tela. É ele que projeta essa realidade, é ele sobretudo que a encadeia. No real, não se pode dizer tudo, a vida salta aos elos da corrente e oculta sua continuidade. No romance só existe o que se diz, o romance mostra a sua continuidade , exibe sua determinação. O romance só é vigoroso se a imaginação do autor for fortemente determinada, se ela encontrar fortes determinações na imaginação humana. Como as determinações se aceleram se multiplicam no drama, é pelo elemento dramático que o autor se revela mais profundamente.</span><br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">O problema do suicídio na literatura é um problema decisivo para julgar os valores dramáticos. Apesar de todos os artifícios literários, o crime não expõe bem o seu íntimo. Com demasia evidência, ele depende das circunstâncias exteriores. Irrompe com um acontecimento que nem sempre se prende ao caráter do assassino. O suicídio, na literatura, prepara-se ao contrário como um longo destino íntimo. É literalmente, a morte mais preparada, mais planejada, mais total. O romancista quase que gostaria que o universo inteiro participasse do suicídio de seu herói. O suicídio literário é, pois, muito capaz de nos dar a </span><span style="font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);">imaginação da morte. </span><span style="color: rgb(255, 255, 255);">Ele põe em ordem as imagens da morte.</span><br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">No reino da imaginação, as quatro pátrias da morte tem seus fiéis, seus aspirantes. Ocupemo-nos tão somente do trágico pelas águas.</span><br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">A água que é a pátria das ninfas vivas é também a pátria das ninfas mortas. É a verdadeira matéria da morte bem feminina. Desde a primeira cena entre Hamlet e Ofélia, Hamlet - seguindo nisso a regra da preparação literária para o suicídio - ,como se fosse um adivinho que pressagia o destino, sai de seu profundo devaneio murmurando: " Eis a bela Ofélia ! Ninfa, em tuas orações, lembra-te de todos os teus pecados." ( Hamlet. ato III , c. I)</span><br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">Assim, Ofélia deve morrer pelos pecados de outrem, deve morrer no rio, suavemente, sem alarde.Sua curta vida já é a vida de uma morta. Essa pobre vida sem alegria será outra coisa senão uma vã espera, o pobre eco do monólogo de Hamlet?"</span>*<br /><br />Quando eu era mais nova, sabia de cor todas as falas de Ofélia. Adolescente, muito antes de ler Shakespeare na faculdade, muito antes de Prática de Interpretação I. Era somente uma identificação às cegas, antes de eu entrar num mundo de interrogações, eu costumava obedecer.<br /><br />* BACHELARD, Gaston. A água e os sonhos. tradução de Antonio de Pádua Danesi, 2a. edição. São Paulo, 1989.<br />** Quadro de John Everett de MillaisMayrahttp://www.blogger.com/profile/13158875537575598593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7904336.post-35296599744143553852009-02-19T21:35:00.002-03:002009-02-19T21:52:30.161-03:00Last kissComprei caixas. Além das mudanças que me propûs a fazer no meu quarto e em mim, final de período. Hora de encaixotar em seus devidos lugares o que já passou e colocar num espaço acessível para (e se) quando eu precisar, um dia. Tudo devidamente dividido. Literaturas e culturas brasileira e portuguesa e prática de interpretação numa caixa. Línguas portuguesa, lingüísticas, latim e práticas de produção em outra; teorias da literatura (incluindo teoria da literatura e filosofia), filosofia da linguagem e literatura clássica em uma terceira caixa e finalmente, outra só para as matérias de licenciatura. Alemão, filologia germânica e literaturas alemãs ficam separados.<br />Tenho coisas para jogar fora, para dispensar. Tenho pouco tempo a perder, mas penso de pouquinho em pouquinho. Só ir comer algo e tomar uma cerveja, mais um pouquinho de tempo. Voltar a andar pelos mesmos caminhos sinuosos de outrora. Não ouvir às minhas lágrimas e aos meus amigos e insistir numa última vez.<br />Minha irmã costuma dizer que minha vida é praticamente feita de últimas vezes. É como se fosse a imagem mais forte que tenho da vida: a última vez. E eu prolongo e faço de quase todas as vezes (inclusive da primeira) uma última. Algo que sempre deixará em mim, uma saudade eterna, como se fora a última vez que eu visse a pessoa amada partir mar adentro rumo à morte d´água.<br />Uma vez que a última vez, se torna, de fato última e definitiva, o definitivo assume todo o seu significado. Não há volta possível. É como se um adeus fizesse uma lavagem cerebral em mim e eu perdesse minha memória. Não há nada que se compare com uma última vez.<br />Então eu prolongo e me agarro a elas o quanto posso, porque sei que um dia, acaba e morre.Mayrahttp://www.blogger.com/profile/13158875537575598593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7904336.post-7642054896034092372009-02-18T10:26:00.001-03:002009-02-18T10:30:33.159-03:00última literaturaOntem eu fiz a minha última prova de Literatura Brasileira. Terminei a Literatura IV, portanto, nada de Literatura Brasileira ou portuguesa pra mim. Agora, só alemã e a comparada, que eu pretendo puxar porque afinal de contas, meus planos de mestrado são em Literatura Comparada.<br />O título da minha prova foi: O deslocamento pela loucura e contemplação; comparando dois contos de Guimarães Rosa e um de Clarice Lispector.<br />É claro que, em uma hora e meia, não dá para fazer muita coisa, mas saí de lá com a sensação de dever cumprido. Pegando com mais calma, essa prova daria um desdobramento muito bom.<br />Agora é esperar até março para saber o que a professora achou.Mayrahttp://www.blogger.com/profile/13158875537575598593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7904336.post-8019505887879730362009-02-17T10:14:00.001-03:002009-02-17T10:17:06.591-03:00EquilíbrioParafraseando-a: pelo também meu, <a href="http://www.danielalima.com/2009/02/16/equilibrio-estatico-nao-existe/">amor recente</a>.<br /><br />Assim como felicidade como estado constante também não existe. A não ser felicidade de micareta; que não me cabe.Mayrahttp://www.blogger.com/profile/13158875537575598593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7904336.post-7796846138465774902009-02-16T01:15:00.003-03:002009-02-17T10:08:44.939-03:00Estrelas - ilhas<div style="text-align: right;"><span style="font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);font-family:Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;font-size:85%;" >"Away, then, my dearest,</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);font-family:Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;font-size:85%;" > Oh! hie thee away</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);font-family:Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;font-size:85%;" > To the springs that lie clearest</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);font-family:Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;font-size:85%;" > Beneath the moon-ray-</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);font-family:Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;font-size:85%;" > To lone lake that smiles,</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);font-family:Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;font-size:85%;" > In its dream of deep rest,</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);font-family:Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;font-size:85%;" > At the many star-isles</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);font-family:Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;font-size:85%;" > That enjewel its breast-</span><br /><span style="font-style: italic;font-family:Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;font-size:85%;" ><span style="color: rgb(255, 255, 255);"> Where wild flowers, creeping,</span>"</span><br /></div><span style=";font-family:Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;font-size:85%;" >Al Araaf - Edgar Allan Poe<br /><br />Há pessoas com as quais não ficaria. Simplesmente pelo motivo que ficar é vulgar demais.Ficar é qualquer um, pode ser qualquer pessoa que te sorria sob uma luz estreboscópica, à falta de luz de alguns drinkes numa noite de carência. No ficar, está implícito que, é bem provável (muito provável, na maior parte das vezes) que haja arrependimento e decepção. As vezes ambos, sendo estes facilmente aplicavéis não só as outras pessoas como também a você mesmo.<br />Certas pessoas não cabem nessa coisa ordinária que convencionamos ao ato de "ficar".Certas pessoas, você olha (olhar aqui estendendo-se infinitamente além do olhar propriamente dito, que supõe somente beleza externa, seja lá o que seja essa beleza física) e pensa: é para casar. Sem menos.<br />Não há meios de oferecer a estas pessoas menos do que isto e casamento tem hora, tem lugar e tem pessoas certas. Que podem ou não ser você.<br />Então... apesar de especulações alheias, pressões e perguntas de todos os lados e um certo desconforto momentâneo a algumas visões que pedem um envolvimento de fato, físico; caminha-se um fim de semana após o outro. É preciso tempo para ir de um extremo a outro. É preciso tempo para aceitar que aquele reflexo de estrela- ilha não é você, mas alguém em separado e que, talvezquemsabe,juntando-se os dois reflexos numa água menos pesada, eles formasse uma imagem.<br /></span>Mayrahttp://www.blogger.com/profile/13158875537575598593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7904336.post-59133930670294468952009-02-14T22:30:00.004-02:002009-02-14T23:09:10.422-02:002009Há um ano atrás, eu tinha tudo. Ou achava que tinha. Tinha acabado de passar para o quinto período, a possibilidade de um estágio lecionando alemão, e o mais importante, tinha recém conhecido uma pessoa que, só à sua visão, o meu coração se acelerava de uma forma insana e eu sentia que iria morrer de ataque cardíaco aos 22 anos porque estava apaixonada.<br />Mas esse ano, se não fosse por haver conhecido a Daniela, eu facilmente o colocaria num baú junto com "os piores anos da minha vida" e olha que ainda estamos em fevereiro. Mas foi ao conhecer Daniela, que 2009 assumiu um outro significado. Maturidade, crescimento, compromisso. Vai ser o começo da minha vida adulta, o ano em que me formo, o ano em que irei fazer a prova de mestrado, o ano em que sentarei para escrever a sério, o ano em que eu talvez escreva o meu próprio projeto, o ano em que fiz as pazes com o alemão, o ano em que as barbies e bichinhos de pelúcia não tem mais lugar no meu quarto, o ano da mudaça da minha lingerie, de algodão para rendas e cintas-liga. O ano de eu entrar mais em mim, de eu me dar a minha própria companhia de presente, para variar. Hoje vou me dar de presente uma noite inaugural, porque a gente sabe que o ano no Brasil nunca começa antes do carnaval. Adiantei o calendário e trouxe o início do ano para cá. Hoje eu vou brindar à mim.<br />Obrigada, amor por tornar claras as espectativas de 2009.Mayrahttp://www.blogger.com/profile/13158875537575598593noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7904336.post-66823761365425490822009-02-14T18:44:00.003-02:002009-02-14T19:00:50.719-02:00EspelhoToda vez que eu abro aquela página está aquele lembrete. Ela, uma pessoa em potencial, que, por conta de inúmeros amigos em comum, eu devo conhecer. E conheço. "Conheço" assim como "conheço" ele. Mas os que "conheci" juntos. E que via um e via outro e não sabia bem qual era a diferença de um para o outro. Você conhece casal e pensa casal, sem individualidades.<br />Então o casal se separa, mas como você não realmente os conhece, você não tem que lidar com as individualidades, até que uma chega a você.<br />E a outra permanece ali, como lembrança, como fantasma. Lembrete de que existiu e você sabe disso. Um espelho para comparação, eterno.Mayrahttp://www.blogger.com/profile/13158875537575598593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7904336.post-56102790652635841272009-02-13T12:10:00.003-02:002009-02-13T12:18:11.668-02:00die menschliche Natur<em style="color: rgb(255, 255, 255);"><strong><span style="font-size:85%;">Können so viele Widersprüche in meinem engen Herzen wohnen?</span></strong></em><span style="font-size:85%;"><br /><br />É muito simples. Partam sempre do pressuposto de que eu não estudo letras germânicas à toa. Goethe do Sturm und Drang (não o Goethe do Klassik), Kleist, Novalis e Schopenhauer. Tudo embasando teoricamente a minha Idéia de vida e a vocação humana para o trágico.<br />Não se trata somente de história de vida. Ela foi apenas o ponto de partida.<br /></span>Mayrahttp://www.blogger.com/profile/13158875537575598593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7904336.post-14297537335021854172009-02-11T23:17:00.002-02:002009-02-11T23:36:13.563-02:00RegressãoEu não entendo. As pessoas passam para uma Universidade, para os "templos do saber" e... continuam a viver a vida como se nada houvesse. Como se dali e daqueles livros e daqueles professores e daquelas pessoas, elas não tivessem tirado lições valiosíssimas, que são life changing.<br />Não entendo como, depois de certas experiências e leituras e convivências e estudos as pessoas não só conseguem permanecer as mesmas, usando as mesmas roupas, ouvindo as mesmas músicas, saindo para os mesmos lugares, com as mesmas pessoas, vendo os mesmos filmes e lendo (ou não lendo) os mesmos livros como também conseguem regredir. E regredir de uma maneira que você achava não ser possível. Como por exemplo, depois de uma vida inteira a dois, mesmo que essa vida tenha sido composta de meses, voltar ao ritmo "tô na pista pra negócio". Como? Como, sem ter um motivo, plano ou uma idéia muito concreta do que se está fazendo, se relacionar aleatoriamente com pessoas inteiramente desconhecidas toda vez que se sai só porque...a pessoa te olhou. E o que isso quer dizer? Se alguém te olha com segundas intenções, você <span style="font-weight: bold;">tem que</span> fazer alguma coisa sobre isso? Isso não é algo extremamente machista, tipo... ter que honrar as calças? Não é hediondo quando uma mulher tem esse tipo de comportamento? Eu acho. Porque se não achasse, o que isso iria querer dizer? Que eu ia ter que fazer algo com relação ao operário da esquina que me canta toda vez que eu passo por ele? Pense bem, a premissa, é a mesma. Mas aí é<span style="font-style: italic;"> diferente</span>, né? Não, na verdade não é.<br />Sabe como se reconhece uma pessoa dessas? É o tipo de pessoa que, quando está na Universidade, a grande epifania para essas pessoas vai ser a Teoria Freudiana. Longe de mim negar a importância de Freud para a psicanálise e para o entendimento do Indivíduo e da Sociedade, mas... sinceramente, como, em pleno século XXI, alguém pode achar que Freud é algo tão inovador e revolucionário e repensar sua vida através disso? Simples... Pessoas que não prestam atenção ao que mais aprendem. Pessoas que não tem o mínimo conhecimento de filosofia e psicanálise, pessoas com a mente pequena que gostam de se achar algo interessantes, cultas e inteligentes. E aí você vê uma dessas pessoas falando tão animadamente da aula sobre Freud que assistiu que... dá até vontade de rir. Vontade de rir dessas pessoas sem filtro, que não conseguem ligar o que aprenderam à sua vida, à vida alheia e aos dias e sociedade atuais.<br />É, um dia, qualquer pessoa se torna extremamente decepcionante e qualquer resquício de admiração escorre como água num ralo.<br /><br /><span style="font-style: italic;">* Esperando uma excessão à isso.</span>Mayrahttp://www.blogger.com/profile/13158875537575598593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7904336.post-78845222818372927162009-02-10T22:09:00.002-02:002009-02-10T22:40:46.161-02:00Do AmorEnquanto eu estava esperando meus alunos terminarem o exercício que eu acabara de passar, eu olhei pra janela. E é um perigo a combinação dos elementos: Mayra + janela da UERJ + tarde de verão. Não por eu ter vontade de me jogar. Não tenho, nunca tive. Ouso dizer, inclusive, que nunca terei.<br />Mas suscita uma série de devaneios fora de hora, os quais eu nunca tenho tempo de concluir porque, ou os alunos terminam o exercício, ou eu fico com medo de parecer que estou entediada enquanto estou ali, lecionando, ou eu tenho que me conter pra não deixar uma ou outra lágrima desencadearem uma torrente salgada escorrer pelo meu rosto.<br />Comecei a, de novo, pensar para onde vai o amor. Desde muito cedo, desde a idade em que se descobre um Amor, que vai além do materno ou paterno ou mesmo fraternal, que não envolve seus animais de estimação ou pessoas da sua família, quando eu tinha uma idéia muito clara e eu achava que, se alguém me perguntasse, eu seria capaz de dizer o que era o Amor, eu responderia o que estava na ponta da língua, claro. Conhecimento geral. Todo mundo sabia o que era o Amor, ou não?<br />Então, aos dezessete anos, pela primeira vez, eu vi um Amor terminar. E achava que nunca tinha ou iria sofrer tanto na vida, porque o Amor que tinha terminado, não era o meu. O meu continuava ali, como dizem os manuais românticos, continuava fazendo meus olhos se abrirem de manhã, minha boca engolir a comida nas refeições, minhas narinas receberem ou expelirem o ar para meus pulmões e meu coração bombear sangue para os meus orgãos. E então, depois de muitos meses, o amor acabou <span style="font-weight: bold;">para mim</span>.<br />O fato de acabar, sempre me faz duvidar que era verdadeiro. Eu nunca duvidei da felicidade que tive enquanto casal. Sei bem que isto tudo é muito real. Mas como um Amor que acaba pode ser chamado de amor, desse, com letra maiúscula? Para onde que ele vai? Para ser Amor, não é uma premissa de que ele tenha que, necessariamente durar para sempre, independente de você estar com a pessoa ou não? Afinal, Amor não pressupõe correspondência. E se acaba, novamente, para onde ele vai? Como ele sai da gente? Pelos poros, pelas cavidades, pelo suor, durante o sono?<br />Então eu sempre acabo por duvidar... que<span style="font-size:85%;"> amor</span> era esse, que só se escreve em minúsculas e sim, só se escreve, não se inscreve em nada, nem ninguém.<br />Ia começar a duvidar do amor, quando... acordei.<br />A solução? <span style="font-style: italic;">Não passar mais exercícios em sala de aula. Desestimular, por enquanto, qualquer iniciação à teoria amorosa segundo Mayra Lopes.</span>Mayrahttp://www.blogger.com/profile/13158875537575598593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7904336.post-91242134106297710712009-02-10T01:09:00.003-02:002009-02-10T01:10:45.105-02:00God laughs<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_SYyIjTR50aU/SZDv_ffEUJI/AAAAAAAAAco/zzrLbi0NNLw/s1600-h/juno.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 200px; height: 110px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_SYyIjTR50aU/SZDv_ffEUJI/AAAAAAAAAco/zzrLbi0NNLw/s200/juno.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5301000635477676178" border="0" /></a><br />Juno vai passar no Telecine am Valentinstag. ARE YOU FUCKING KIDDING ME, GOD?!?Mayrahttp://www.blogger.com/profile/13158875537575598593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7904336.post-33684039720361782982009-02-09T00:08:00.004-02:002009-02-09T01:08:05.469-02:00E os sonhosHoje, parada na cozinha, esperando a pipoca acabar de estourar, eu estava pensando, devaneando sobre um e-mail que não sei se devo ou não escrever, não sei se quero, se preciso ou não. Não é questão de inconveniência. Na verdade, eu ia escrever três e-mails e agora, após tanto, ficou um tanto mais difícil decidir até se um faz sentido <span style="font-style: italic;">para mim.</span><br />Então pensando no que eu talvezquemsabe escreveria, é claro, numa ego trip sem tamanho como são todas as correspondências, que acabam excluindo um suposto mundo externo para dar vazão a um mundo interior transbordante, ora fútil, ora profundo demais.<br />Então eu pensei nas pessoas, ou, em uma pessoa, que meu amigo diz que eu ainda ouço o que tem a dizer porque eu estou apaixonada.Ou em vias de, ou , o mais provável, ainda puta da vida porque o processo de apaixonar-se fora interrompido sem mais nem menos por palavras estúpidas. Para ele, nada tem a ver com o fato de eu achar essa pessoa algo interessante e gostar e me interessar pelo que ela tenha a dizer (embora, de fato, eu deva admitir que as últimas vezes que "nos falamos" não tem sido nada interessante e... eu não realmente ligo para conversas de elevador).<br />Mas o que me veio à cabeça foi que eu escreveria que, não entendo a necessidade das pessoas que não fazem parte da sua vida, que talvez tenha ficado convencionado de que fariam, de alguma forma menos intensa mas que pra mim, veja bem, não passa de carioquice minha, de dizer educadamente "vamos marcar" quando eu não tenho a menor intenção de ver a pessoa tão cedo (embora as vezes eu ache uma pena), tem a necessidade de se mostrar ali. Elas estão ali, quase que num à espreita e arranjam um pretexto qualquer para vir falar algo que você poderia muito bem ter figure it out on your own someday. E se eu ficasse melindrada com alguma novidade, poderia sempre perguntar, não poderia? Afinal, a minha carioquice me dá esse direito.<br />Eu não sei os limites da educação alheia, mas a minha não chega a tanto. Há certas pessoas que pecam pelo excesso. Nesse caso, talvez seja por um excesso de sensibilidade? Oi, sensibilidade? è Mayra, menos, né... Bem menos. Você conhece homens, sabe muito bem o que ocasiona preocupações desse tipo.<br />A isto, seguem-se uma série de conversas de elevador nas quais você não vê propósito nenhum porque você... não quer realmente saber. Me desculpe, não me interessa.<br />Então, ok, pessoa, você existe. Eu <span style="font-style: italic;font-size:130%;" >sei</span> disto. Há um tempinho já. Mas não me interessa ficar entre o que não é e o que poderia ter sido e não foi. Eu <span style="font-weight: bold;">não</span> compartilho da necessidade de orbitar em volta de outrem e nem na de... por via das dúvidas, deixar a minha existência ali, como uma foto presa constantemente num profile de orkut.<br />Ironicamente, no livro do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Bachelard">Bachelard</a> que eu comprei sexta e já na introdução, eu li uma definição bem apropriada, que eu até ri. Mas vou esperar chegar nas águas claras e nas condições objetivas de Narciso para escrever mais sobre.<br /><br /><span style="font-style: italic;"><span style="font-weight: bold;">off topic:</span> Ainda estou na introdução do livro do Bachelard e estou com vontade de sentar na cama, passar a noite em claro lendo, de uma só vez e comprar todos os outros livros dele. Quem é que pega um livro de psicanálise/filosofia materialista e tem vontade de ler de uma só vez? Medo.com</span>Mayrahttp://www.blogger.com/profile/13158875537575598593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7904336.post-764812702080304682009-02-09T00:00:00.001-02:002009-02-09T00:02:29.340-02:00Kathryn and Jenny<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/_SYyIjTR50aU/SY-Of7-cTlI/AAAAAAAAAcg/7CWuKiyZ_Eg/s1600-h/selma_blair12.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 200px; height: 133px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_SYyIjTR50aU/SY-Of7-cTlI/AAAAAAAAAcg/7CWuKiyZ_Eg/s200/selma_blair12.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5300611965765045842" border="0" /></a><br />Ver um filme em que a Selma Blair é gay, é algo tipo... <span style="font-style: italic;">ohmygodidiedandwenttoheaven.</span>Mayrahttp://www.blogger.com/profile/13158875537575598593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7904336.post-76061181331998334752009-02-08T21:33:00.002-02:002009-02-08T21:45:19.917-02:00Aquele lugarEla não se lembrava de, quando era criança, querer de fato ter sido uma noiva. Lembrava sempre da admiração e como, demorara mais de dez anos para que ela se deparasse com outro casamento, ela havia esquecido daquela sensação.<br />Esquecera -se de que, em um casamento, não se deseja ser a noiva. As atenções são mesmo dela e ninguém quer sê-la. Quem se atreveria tirar um sorriso daquela espécie do rosto de uma mulher? Quem sonharia em tomar para si o dia mais feliz da vida de alguém? Era questão de segundos, uns três, dois minutos no máximo o momento em que o cortejo havia parado de passar para dar espaço à noiva. E lá estava ela, sorrindo aquele sorriso, olhando para todos com aquele olhar benevolente de agradecimento por estarem ali, compartilhando daquele momento com ela.<br />Momento este em que, todos se tornam um pouco noivos, ansiosos e transbordantes por nunca terem visto aquela mulher tão linda como naquele dia. Fatalmente, subiriam-lhes lágrimas aos olhos, que custava-lhes não deixar cair.<br />Lembrara-se então, de que, quando era criança, nunca quis aquele lugar. Mas era atraída como inseto à luz para a noiva. Andava por atrás dela a noite inteira em encantamento veemente, querendo para si somente um pouco daquele brilho, um tasquinho daquela mulher, queria-a quase toda para si, naquele vestido branco enorme, com aquela aura prateada.<br />Nuca quis <span style="font-style: italic;">aquele </span>lugar...Mayrahttp://www.blogger.com/profile/13158875537575598593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7904336.post-51035102590825628432009-02-05T10:23:00.000-02:002009-02-05T10:26:11.193-02:00Das motivaçõesAcho que esse mês, quando eu receber, jogo tudo pro alto e vou, literalmente, gastar tudo em livros. Têm pelo menos três que eu quero comprar. Isso porque o meu " The hours" já chegou e está lá, esperando o dia 10 para eu ir buscá-lo na Da Vinci.<br />Não é só porque eu não aguento mais olhar praquele bloco de concreto da Uerj e nem estou afim de fazer nada que ler e pesquisar se enquadraria nesse quesito. Mas quero ler e pesquisar o que eu quiser.Mayrahttp://www.blogger.com/profile/13158875537575598593noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7904336.post-46496775042151548452009-02-03T22:33:00.001-02:002009-02-03T22:34:56.249-02:00Não, ainda não achei.<br />(mas estou bem assim, que fique claro).Mayrahttp://www.blogger.com/profile/13158875537575598593noreply@blogger.com0